Saint Laurent com um de seus desenhos no início de sua carreira
Em 1957, com a morte de Dior, Saint Laurent,
aos 21 anos, tornou-se diretor de criação da Maison Dior. Já em sua
primeira coleção, apresentou a inovadora “linha trapézio” que, ao
contrário da tendência vigente, não modelava o corpo. Com esse
trabalho, ganhou o prestigioso prêmio Neiman Marcus e trouxe Maison Dior novamente
aos holofotes. Nesse desfile, foi cumprimentado por Pierre Bergé – já
apresentado anteriormente em um jantar –, com quem firmou parceria para o
resto da vida.
Em 1960, a coleção outono-inverno, inspirada no streetwear, não agradou a crítica nem as clientes Dior: tricôs com gola roulé e casacos de couro preto no melhor estilo rocker
causaram espanto e controvérsia no mundo da alta costura. No mesmo ano,
ele foi convocado pelo exército francês para lutar na Guerra de
Independência da Argélia (1954-1962) e, durante o serviço militar,
adoeceu gravemente: o jovem costureiro, muito magro, muito alto e muito
tímido foi vítima de chacotas e preconceito dos demais soldados e acabou
internado em um hospital de campanha, onde morreria se não fosse Pierre
Bergé a trazê-lo de volta a Paris .
Na
França, por causa da repercussão negativa da coleção, foi demitido da
Dior e, em seu lugar, já trabalhava Marc Bohan. Em julho de 1961,
associou-se a Pierre Bergé para abrir sua própria maison. O ilustrador Cassandre criou o logotipo da empresa, famoso até hoje e, em dezembro, os salões da Maison Yves Saint Laurent foram abertos oficialmente. Dois meses depois, apresentou a primeira coleção com, segundo a revista Life, “os melhores tailleurs desde Chanel”.
Em 1964, Yves Saint Laurent lançou seu primeiro perfume, Y. Para o anúncio de lançamento de Pour Homme (1971), sua primeira fragrância masculina, o estilista posou nu. Para Opium
(1977), a ousadia foi maior: uma grande festa no navio Peking,
comandado pelo escritor Truman Capote. O navio foi todo decorado com
temática oriental, ao custo de mais de um milhão de dólares, uma
opulência jamais vista para promover um perfume. O lançamento de Opium
já tinha dado pano para a manga, pois o nome foi acusado de fazer
apologia às drogas, com manifestações de associações sino-americanas
exigindo desculpas públicas da grife por ter escolhido nome que já havia
trazido desgraças para milhares de famílias chinesas. Mas mesmo assim o
sucesso foi imediato.
Yves Saint Laurent aparece nu no anúncio de Pour Homme (1971). Foto: Jeanloup Sief
Na tentativa de democratizar a moda, em 1966 foi o primeiro estilista a abrir uma boutique de prêt-a-porter fora de sua Maison de
alta costura, batizada de Rive Gauche e que teve Catherine Deneuve como
a primeira cliente. Em 1983, foi o primeiro estilista vivo a ser
homenageado com uma exposição solo no Metropolitan Museum of Art, em New
York e, em 2007, condecorado pelo presidente Nicolas Sarkozy com o
título de Grand Officier da Ordre National de la Légion d'Honneur.
Durante as comemorações dos 40 anos de sua marca, Yves Saint Laurent
comunicou seu afastamento da direção criativa e foi viver entre suas
casas na Normandia e Marrocos na companhia de Moujik, seu buldogue
francês.
A primeira loja de prêt-a-porter de Yves Saint Laurent
Alguns dias antes de falecer, vítima de tumor cerebral, Yves Saint Laurent e Pierre Bergé assinaram o Pacte Civil de Solidarité (PACS),
que na França corresponde a contrato de união civil entre pessoas do
mesmo sexo. Apesar de não estarem mais ligados romanticamente desde
1976, em 2008 ainda eram melhores amigos na vida e nos negócios.
O último desfile do estilista a frente da marca que criou
Em junho de 2012, o atual diretor criativo da grife, o francês Hedi Slimane, anunciou a alteração do nome da marca, de Yves Saint Laurent para Saint Laurent Paris.
A mudança será efetivada quando a primeira coleção de Slimane para a
marca, a primavera-verão 2013, chegar às lojas. Resta saber qual será o
destino do Y no famoso logo de letras entrelaçadas da marca.
Algumas contribuições de Yves Saint Laurent para a moda
Le Smoking (1966): na coleção Pop Art
de outono-inverno, lançou o primeiro smoking feminino, sempre presente
nos desfiles subsequentes. Tão emblemático, tornou-se, segundo o próprio
estilista, a marca registrada da maison.
Le Smoking original, de 1966. Foto: Fundação Yves Saint Laurent / Pierre Bergé
Terninho (1967): derivação do Le Smoking, o icônico terninho risca-de-giz.
Terninho risca-de-giz. Foto: Hutton Deutsche Collection
Moda étnica (1967): com inspiração na
arte primitiva e africana, a coleção Africaine e os vestidos Bambara
foram a grande novidade da primavera-verão do ano.
Vestido Bambara (1967). Foto: Guegan © L’Officiel
Moda Safari (1968): surgiu na passarela a coleção Saharienne, inaugurando o safari look.
Veruschka em look saharienne. Foto: Franco Rubartelli
Moda
e arte: Yves Saint Laurent familiarizou o público com a arte e
promoveu, ao mesmo tempo, o vestido ao status de arte com essa
intersecção. Várias de suas coleções prestaram homenagem a diversas
formas de arte, como a coleção Mondrian (alta costura, inverno de 1965),
eleita pelo New York Times a melhor coleção da temporada; a
Opéra-Ballets Russes (alta costura, inverno de 1976), sobre a qual Saint
Laurent dizia não saber se foi a melhor, “mas é a mais bela”; a Les
Impressionistes (alta costura, verão de 1981); a Les Raisins de la
Colére (alta costura, inverno de 1988) e a coleção Luxe Renaissance
(alta costura, inverno de 1997) que remete às damas retratadas nos
quadros do período renascentista, entre outras.
Tubinho em lã, inspirado em Mondrian. Foto: Peter Knapp/Scoop
Conjunto Van Gogh com blazer bordado por François Lessage. Foto: Claus Ohm
*Biografia Por: Miti Shitara é historiadora e professora de História da Moda da Faculdades Santa Marcelina e FMU.
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Você notaram pelas fotos e datas como a moda é cíclica? ela sempre volta as vezes com outras faces mas a idéia original é a mesma, espero que tenham gostado da matéria , eu amei!! |
Beijos,
By Mariana Azevêdo.
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